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Medo de doença. Quem ainda não sentiu? No entanto, quando o medo é excessivo, ele é a própria doença!

É a Hipocondria.Um dos diagnósticos de um grupo de doenças chamado Transtornos Somatoformes. Nestes, a pessoa sofre muito por sentir sintomas que não são explicados pelas investigações médicas, tanto clínicas como laboratoriais. Estas, por mais minuciosas que sejam, não conseguem encontrar explicação somática, metabólica ou hormonal para as queixas do paciente. Deriva daí uma frustração de parte a parte: do paciente e dos médicos.

A Hipocondria pode se apresentar de numerosas formas e aspectos muito variados, com supervalorização dos sinais próprios da fisiologia normal como ruídos orgânicos comuns, dormências e dores posturais, tremores constitucionais, coloração de pele e mucosa, sensações incômodas ligadas aos aparelhos digestivo, cardiológico, ginecológico, urinário e outros, bem como por sintomas depressivos, ansiosos e por queixas de prejuízos da memória.

As pessoas que sofrem de hipocondria interpretam essas ocorrências de maneira grave, com grande preocupação, pessimismo exagerado, sempre esperando doenças irreversíveis e terminais. Sentem até decepção quando se constata que essa possibilidade não existe. Não acreditam no médico, vão a vários especialistas, ouvem diversas opiniões profissionais, sempre na tentativa de conseguir provar as suas suspeitas. Algumas vezes, chegam a procedimentos diagnósticos invasivos como biópsias, cirurgias exploradoras, além de dezenas de outros métodos. Permanecem fazendo autoexames, automedicação, em excesso, levantando novas desconfianças, sem jamais encontrar a serenidade.

Essa busca por um problema corporal que explique as suas queixas os torna também obsessivamente sugestionados pelas informações da internet e pelas divulgações da mídia. Com a profusão de notícias, algumas precoces e precipitadas, sobre doenças, exames, tratamentos e procedimentos, muitos dos quais ainda sem aplicação clínica, o quadro se torna muito mais doloroso pelas dúvidas e incertezas que são infinitamente geradas.

Os pacientes com esse quadro chegam a se apegar a síndromes raras, que possam ter minimamente relação com o que sentem, sabem das novidades em exames, das medicações mais recentes, tratamentos alternativos e desconfiam dos médicos, pensando que eles podem não estar tão instruídos a respeito das doenças quanto eles estão.

O hipocondríaco é extremamente centrado em si mesmo, a ponto de não se atentar para a realidade e não se importar com ela. Isso acontece em diferentes graus para cada paciente.

Não se conhece tratamento farmacológico específico para a hipocondria, apenas para as suas comorbidades. A resolução efetiva da hipocondria pode ser alcançada com uma Psicoterapia muito bem conduzida. Esta é essencial para que ele possa compreender a razão profunda dos seus medos inconscientes que se manifestam através desse tipo de sofrimento.



Elimar Jacob Salzer Rodrigues

Psiquiatra

Especialização e Mestrado pela UFRJ

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